sexta-feira, dezembro 23, 2005

O outro lado dos transportes públicos...

Há quem saia à noite, a bares ou discotecas, para engatar alguém! Eu como sempre tive a sensação que "à noite todos os gatos são pardos", gosto mais do flirt diurno. E nesse campo, acho que os transportes públicos sáo um belo local...
Sempre que descomprometido, divertia-me com pequenos flirts nos autocarros, comboios, metros, etc. Quando digo flirt, falo apenas de uma troca de olhares, sorrisos e possíveis intenções... Nunca avançou muito mais que isso pois não é fácil prender-me a atenção. Um dia contarei aqui a única excepção a esta regra...
Agora que estou muito bem entregue em termos amorosos, divirto-me a observar os outros a trocar olhares e pequenos gestos. Estava eu no comboio, quando entraram duas raparigas. Eram novinhas, com 16/17 anos, mas engraçadas. Na paragem seguinte entraram dois rapazes da mesma idade que apesar de terem reparado nelas imediatamente, passaram por elas, por mim, e foram sentar-se alguns banocs mais longe. Passadas algumas estações, um deles foi sentar-se no banco delas. Uns minutos depois, juntou-se o outro rapaz, e começaram os risinhos femininos que perceberam o interesse masculino. Eles disfarçaram e não se riram. Ora para mim isso foi um erro, pois se tivessem sorrido, teriam confirmado o interesse e poderiam ter facilmente entabulado conversa.
Mas, ou por vergonha ou inexperiência, não o fizeram... Passados uns momentos, os dois rapazes trocaram olhares a fazer a partilha ("esta é para mim, esta é para ti") das raparigas. AS raparigas continuaram a rir-se, certamente à espera que um deles metesse conversa! Mas não houve maneira dos rapazes dizerem alguma coisa ou mesmo fazerem alguma coisa para provocar uma reacção. Deixaram-se ficar assim até ao fim da viagem. Quando me levantei e esperei que o comboio parasse na estação, fiquei ao pé dos quatro. E lá estavam, elas divertidas sem saber o que fazer e eles acabrunhados sem saber o que fazer. Depois daquele golpe de coragem que tiveram ao mudar de lugar, faltou-lhes o resto.
Sorri e pensei que tinham tempo para aprender...

1 comentário:

Anónimo disse...

O grande problema é se, mesmo com o tempo, eles, como muitos outros (demasiados até), não aprendem. E a vida passa assim: elas à espera de um passo deles e eles sem corajem de o fazer...