sábado, setembro 01, 2007

Reencontro..

Aquele era o hotel das suas escapadelas. Não com outras mulheres, porque tinha sempre sido fiel. Era o seu refúgio quando o casamento e os três filhos exigiam demasiado dele. Bastavam-lhe dois ou três dias para que pudesse regressar a rotina dos dias, de todos os dias. Não mentia a mulher, dizia-lhe que ia passar uns dias fora, e agradecia que ela compreendesse. Aliás, era uma rotina que ambos praticavam e que tinha feito com que a união de 15 anos se tornasse mais segura. Mas esta vez tinha algo de diferente. Ela tinha saído de casa dois dias antes. Tinha partido com um olhar estranho. Como se algo estivesse em risco. Eram proibídos os contactos entre eles durante esse período. As regras eram conhecidas. Mas ele não estava a aguentar ficar em casa com esta incerteza. Pediu então à mãe que tomasse conta dos netos por uns dias e partiu para o seu hotel. Precisava de um certo sossego para pensar no seu futuro. No futuro deles.
Chegou ao início da tarde. Em Setembro o calor ameno, sem vento, convidava mesmo a uns dias de ferias. O gerente, velho conhecido, saudou-o com o sorriso de quem vê chegar um amigo.
- Quer o quarto do costume, senhor doutor?
- Já me conhece. Sou uma criatura de hábitos.
- Nunca se sabe o futuro. – retorquiu o homem atrás do balcão.

Aquela frase, naquela conjuntura, obrigou-o a pensar. Será que tinha chegado a um ponto de viragem? Em todos nós há um momento em que questionamos se somos felizes ou não. Ele sentia que era feliz. Depois pensou se se sentia completo. E aí vacilou. Sim, tinha casado com a mulher que amava. Sim, tinha arranjado um belo emprego. Sim, a vida corria-lhe bem. Mas .. faltava algo. Faltava o elemento surpresa. Faltava o inesperado. Faltava sentir-se vivo.
Seguiu até ao quarto em que ficava sempre. Virado para a serra e com a piscina uns metros abaixo. Pensou em dormir um pouco, mas a espreguiçadeira do exterior estava convidativa. Pediu um toalha na recepção e, com o livro debaixo do braço, seguiu para a piscina. Pouca gente. Uma família com dois filhos pequenos, um casal de idosos, e uma silhueta feminina à distância. Tinha vindo para descansar e por isso estendeu-se a ler o seu livro. Deitado de barriga para baixo, em breve caiu num sono profundo. Passaram algumas horas e o sol já fugia quando acordou. Alguns metros ao seu lado, seguindo para o hotel, a figura feminina caminhava. Deveria ter a sua idade, mas o biquini cor de rosa na pele morena fazia sobressair o corpo firme de uma bela mulher. Sentiu uma erecção e não pode deixar de sorrir.
- Ah, meu velho, não sabes que viemos em descanso! – pensou, baixando os olhos.

Decidiu dar um mergulho, aproveitando os últimos raios de sol. Ali, debaixo de agua, sentia um relaxamento incomparável. Dizia o seu signo que o seu elemento e o fogo mas sempre foi na agua que se sentia em casa. Prolongou de tal forma o banho que quando saiu, o ar frio da noite o gelou. Correu até ao quarto, respondendo com um sorriso às piadas dos empregados. Tomou um duche demorado. Ao sair, olhou para o espelho. Já não o fazia há muito tempo. Quarenta e dois anos de idade. Para trás tinha ficado a magreza que o caracterizou durante anos. Tinha agora um físico robusto e cuidado. Não era narcisista mas gostava de ver o corpo em boa forma. Como a mulher da piscina. Mais uma vez, o calor do seu pensamento acordou o seu pénis. Soltando uma gargalhada, olhou-se no espelho e exclamou:
- Mas tu hoje estás doido! Vamos lá vestir a ver se encontramos a razão da tua loucura.

Vestiu-se e perfumou-se. Calçou-se e penteou-se. Deu por si a preparar-se como se fosse para um encontro. Abanou a cabeça. Estava assim por uma pessoa que só tinha visto de costas. Desceu pelo elevador e encaminhou-se para a sala de jantar. Sentou-se na sua mesa de sempre e só depois reparou na misteriosa mulher. Mais uma vez ela estava de costas, com um vestido decotado que deixava ver umas costas morenas e bem definidas. Os cabelos compridos caíam sobre os ombros. Era sem dúvida uma figura atraente, mesmo sem ter visto o rosto. O empregado costumeiro aproximou-se e entregou-lhe a lista.
- Recomendo-lhe o bacalhau com natas.
- Confio, como sempre. Diga-me uma coisa, quem é aquela bela figura na mesa do canto?
- É uma hóspede habitual. O senhor nunca a tinha encontrado? – perguntou surpreso.
- Não, estou certo que me lembraria.
- É uma senhora casada, mas que aparece sempre sozinha. – esclareceu cúmplice.
- Olhe, é como eu. – sorriu.
- Exactamente. Como o senhor doutor. – disse com um sorriso levemente malicioso, enquanto rodava para a cozinha.

Casada. Nem tinha pensado nessa possibilidade. E na verdade, não fora o aviso do empregado e tinha-se esquecido do próprio estado civil. Mas porquê?! O que se passava com ele para se abstrair de tal forma da realidade? Começava a recear estar a perder o contacto com a sua vida quotidiana. Ou seria apenas uma fase normal da vida de um casamento? A vida não traz livro de instruções, mas um homem precisa de indicações. Ou será que é mesmo assim, às cegas, que se constrói o caminho? Já tinha ouvido falar das crises de meia-idade mas sempre lhe pareceu algo que aconteceria apenas aos outros. Nunca lhe apeteceu comprar um carro desportivo ou ter mulheres mais novas. Aliás, era uma mulher da sua idade que o tinha despertado naquele dia. Levantou os olhos em direcção a mesa dela e ela já não estava la.
- Raios! – pensou – Ponho-me aqui a pensar e nem olho o que se passa a minha volta. Ao menos tinha visto se é bonita ou não.

Entretanto chegou a comida e decidiu apreciar apenas a comida. Sem pensar em mais nada…

Quando acabou o jantar, vacilou entre ir para o quarto ou dar um salto ao bar. Não que tivesse muita vontade, mas a simpatia contagiante que o barman tinha, obrigava-o a ir cumprimenta-lo. Caminhou devagar. A digestão do alimento e do pensamento obrigava-o a isso. Entrou no bar e logo viu o sorriso enorme do homem que sabia tanto de bebida como da vida. Teria os seus cinquenta e muitos, sessenta anos. Tinha uma vitalidade à prova de bala e, à medida que se aproximava do balcão, podia confirmar, um aspecto invejável.
- Grande William! – o verdadeiro nome era Guilherme mas o seu aspecto britânico e a sua paixão exclusiva ao whisky William Lawson, fazia com que os clientes o tratassem assim.
- Senhor doutor, que bela surpresa! Sou um homem de sorte hoje. – respondeu, estendendo a mão enorme mas delicada de quem manobra copos e garrafas.
- Não é caso para tanta euforia, a minha presença. – fingiu, agradado por ser tão bem acarinhado.
- A sua presença é sempre uma festa mas tenho a sorte de ter os meus clientes favoritos ao mesmo tempo. Creio que isso nunca aconteceu.
- Ah, então não sou razão única. – deliciado por fazer parte de um grupo selecto de clientes favoritos.
- Doutor, o senhor vem ca há quantos anos? Uns dez, não! É o homem com quem mais me agrada conversar. Tem uma visão do mundo mais alargada que a maioria. É um optimista por natureza. É o azul do mundo. – explicou, enquanto servia a bebida que ele queria sem nada perguntar – Mas existe uma cliente favorita. Uma mulher belíssima. Por dentro e por fora. É ela que me dá a visão do mundo que não consigo ter e que nem mesmo o doutor me dá: a visão rosa do mundo. Tem um pessimismo suave de quem espera o pior apenas porque deseja o melhor. Para si mesma e para os outros. E ela está cá hoje também.
- Ah, mas onde esta essa parceira deste duo? - brincou.
- Esteve aqui! Tomou um café, foi dar uma volta pelo parque e prometeu que voltava para uma conversa. – incrível como conseguia manter a conversa enquanto atendia os outros clientes com esmero.
- Não me digas que é uma mulher com a minha idade, que hoje está com um vestido preto sem costas? – perguntou, não tendo dúvida que a resposta seria afirmativa.
- Exacto. Já a conhece? – sorriu William.
- Confesso que até agora só lhe conheci as costas. – riu.
- Ah, ah! Bem sei que se deve conhecer as pessoas aos poucos, mas isso é exagero. – riram em conjunto.
- Creio que e a primeira vez que a vejo aqui.
- Tenho a certeza disso. Não me esqueceria de ter os dois aqui ao mesmo tempo. Permita-me que diga que tenho sido o confidente de ambos. Tem os dois os problemas normais de casados, coisa que já fui e por isso sei do que falo. E de resto, toda a gente sabe que os barmen tem que saber ouvir tão bem como servir bebidas. – confessou.
- De facto, as nossas conversas tem sido um belo suporte a minha sanidade mental. E desculpa se te tenho aborrecido. – respondeu.
- Não tem nada que pedir desculpa. Há pessoas que ouço por cortesia, mas a si ouço por prazer. – via-se que estava a ser sincero.
- Meu bom amigo, ouvir isso é fantástico! Até porque isto não esta fácil. – disse com uma sombra no olhar.
- Claro, o senhor doutor só aqui me aparece quando não está bem. – riu, abrindo um sorriso de conforto.
- Ah, ah! És o meu psiquiatra. Esta cadeira é o divã. E a medicação é esta bela bebida que me serves. – era impossivel estar triste na presença daquela personagem terapêutica.
- Mas diga lá o que o apoquenta. – assumindo a pose de quem vai ouvir.
- O mesmo, mas diferente. Precisei de uma pausa da realidade do dia a dia, mas não sei se desta vez não estou a por tudo em causa. Tenho tudo o que preciso para ser feliz e ainda assim sinto que falta algo. Falta emoção, falta novidade…
- Hummm… - assentiu, sabendo que ainda não era tempo de falar.
- Amo a minha mulher, disso não tenho dúvidas. Mas não sei se é o suficiente. – concluiu.
- Lembra-se das razões porque casou? – era uma pergunta que adivinhava muitas outras.
- Claro que sim. Amava-a. Queria ter uma vida com ela. Queria ter filhos com ela. Ela bastava-me. Só a via a ela. - estava tudo nítido na sua cabeça.
- Vejo que se lembra de tudo. Pois bem, então o que mudou? Deseja outra pessoa? – começava a encurralá-lo.
- Não sei. Acho que desejo algo novo. Por exemplo, aquele mulher que falaste há pouco. Só a vi de costas na piscina e ao jantar, mas senti desejo em conhecê-la. – as confissões surgiam naturalmente.
- Sem lhe ver o rosto. – constatou, sem nada perguntar – Meu caro amigo, essa ânsia de algo novo não é estranha. – sentia que o barman embalava agora – Essa mesma mulher de que fala está na mesma fase. Um casamento longo, vivido, bom. Tudo parece perfeito, mas falta algo. É a rotina que se instala. Esse bicho-da-madeira das relações. Tem de se lutar contra ele. Essas pausas que o senhor e essa mesma senhora fazem não chega. É uma fuga, não uma solução. As coisas não se resolvem com pausas ou tempos para pensar. Isso são adiamentos. Necessários mas que nada resolvem. Há quanto tempo o doutor e a sua esposa não fazem umas férias sozinhos? – perguntou certeiro.
- Há quinze anos! Desde que nasceu o primeiro filho. – respondeu, apercebendo-se do ponto onde William queria chegar.
- Poi! Bem sei da importância dos filhos num casamento, mas as pessoas não se podem esquecer de que é preciso alimentar a relação a dois. Se a mulher que viu na piscina lhe suscitou algo, pode não ter sido aquela mulher específica, mas por ser alguém diferente.
- Talvez, mas ela tinha alguma coisa que me chamou a atenção.
- Meu caro, apenas lhe viu as costas. Posso-lhe dizer que é uma bela mulher para ser descoberta. Gostaria de descobri-la? – sorriu.
- William, eu não vim aqui para trair a minha mulher. Vim para me encontrar. Para descobrir o que se passa comigo. O que se passa connosco!
- De acordo, mas acredito que descobrindo essa mulher mistério, lhe seja mais fácil saber o que sente. Seja como for, pouso aqui ao seu lado a bebida que ela bebe, porque ela vem aí. – enquanto dizia isto, sorria a alguém que se aproximava – Agora é convosco…

Ela sentou-se a seu lado e olharam-se. Apesar da surpresa, o mesmo sorriso cúmplice assomou os lábios de ambos. Ele recuou muitos anos e voltou a sentir-se sedutor. A saber que botões carregar para fazer uma mulher sorrir.
- Boa noite! – disse calmamente, com o coração disparado.
- Boa noite! – respondeu ela, numa voz doce.
- O William deixou aqui a sua bebida. Parece que é a sua favorita.
- De facto, ele sabe o que gosto. – tinha uma timidez genuina, de quem foi apanhada.
- Calculo então que venha para cá há algum tempo. – queria ir devagar, aproveitando o momento.
- Já venho há vários anos. Venho descansar. Descobri o cartão do hotel no bolso do casaco do meu marido e resolvi experimentar.
- Ah, é casada? – estava divertido.
- Sou. Mas o senhor já sabia isso. – ela começava a por as garras de fora – Estou certa que viu a minha aliança. Estou certa que o empregado no restaurante ou o William lhe disse. E estou certa porque o vi nos seus olhos quando me sentei a seu lado. – a voz dela estava segura.
- Está a presumir várias coisas. Será que está assim tão certa? – gostava de a ver assim confiante.
- Aprende-se a conhecer os homens. - afiançou.
- Todos? Seremos todos iguais? O William disse-me que era pessimista. Será que nos vê todos como maus da fita? – arriscou.
- Afinal sempre falou de mim com o William. – tinha um sorriso de triunfo.
- Apenas enquanto os restantes 50% daquilo a que o William chamou “os seus clientes favoritos” – não era ainda tempo de ela ganhar.
- Hummm… Vou acreditar.
- Mas não me respondeu. Seremos todos iguais? – estava a esticar a corda, sabia-o.
- Tempos houve em que não queria saber dos homens. Até a pessoa que aprendi a amar passou por muito antes de me conquistar. – falava sem rodeios.
- Aprende-se a amar? – perguntou.
- Claro que sim. Quando se é magoada, as nossas defesas demoram a soltar-se. Mas depois começa a ver-se que alguém nos conquista quando fala, quando beija, quando está ausente. – explicou.
- Ausente? – estava fascinado a ouvi-la.
- Sobretudo quando está ausente. Aquele provérbio “Longe da vista, longe do coração” é para quem não ama. É quando não se tem a pessoa à frente e nos faz falta que descobrimos que amamos. Sem querer ou por querer, ele deu-me o espaço suficiente para descobrir o que sentia.
- Ele ficou em espera? - sorriu.
- Sim, mesmo não sabendo o que poderia acontecer.
- Teve sorte. – afirmou.
- Eu ou ele? – perguntou, soltando uma gargalhada contagiante.
- Ah, ah! Os dois. Ele porque esperou e correu bem, e você porque pô-lo em espera e ele não fugiu. – riu com ela.
- Quem ama, não foge.
- Não? Então já não o ama? Porque estar aqui é uma fuga. – decidiu passar ao ataque.
- Talvez seja. – pensou uns instantes – Uma fuga, não o deixar de o amar. – havia certeza na voz.
- Então, ama-o? – confrontou-a.
- Disso tenho a certeza. O que tinha dúvidas era se o nosso futuro era conjunto.
- Já pensou em ser infiel? – descarado.
- Nunca. Ele basta-me e gosto de pensar que lhe basto a ele. Não creio que ele seja do tipo infiel. Você é? – quis desviar a conversa dela.
- Sou do tipo fiel. Mas ao vê-la, confesso que senti algo que já não sentia há muito. Foi o relembrar de sentimentos escondidos. – já não havia volta atrás na conversa.
- Ai foi? Mas em que momento? É que pode considerar-se traição. – ela estava divertida.
- Confesso que só a vi de costas na piscina e no restaurante. Nessa altura era só um mistério. O William foi descrevendo-a com enormes elogios e fiquei curioso. Quando a vi, fiquei enfeitiçado.
- Enfeitiçado? Uma palavra que não ouvia há muito tempo. Tinha saudades dela. – o olhar dela ficou embaciado.
- Mas é isso que sinto. Não costumo esconder o que sinto, e tenho uma vontade de estar consigo. De fazer amor, de dormir, de acordar…
- Páre. Não sei como reagir. – vacilou.
- Diga-me o que sente.
- Vontade de me perder. – confessou ela.
- Há muito tempo que me sentia apático, mas chegou o momento de voltar e ser eu mesmo. Quer ir para o meu quarto ou para o seu? – fez a pergunta com o coração a mil, receandoa reacção.
- Nenhum. – havia um sorriso no olhar – Emocionaste-me. Vamos para casa, meu bem.
- Meu amor, sinto que te reencontrei.


Levantaram-se e saíram. William sorriu. Já tinha descoberto há muitos anos que seriam casados um com o outro. Segredos de um barman…

quarta-feira, junho 06, 2007

Mudança...

Todos os posts que seriam escritos neste blog passam para este meu mundo...

PS- Este blog não será apagado...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Um fim!

Não sei se este é um fim sem volta, mas neste dia 13 de Dezembro decidi que preciso dar um descanso a este blog. Foi o blog em que me dei mais. O blog que mexia com o meu coração, com o que sentia ou sofria...
Comecei este espaço por ter deixado de acreditar no amor. Ou melhor, deixei de acreditar em ser amado. Queria uma relação que sobrevivesse a tudo em nome de um só sentimento: Amor. Aqui deixei poemas, aqui deixei músicas, aqui deixei anseios, aqui deixei alegrias e tristezas...
Hoje mais que desiludido, estou conformado. Conformado que o Amor pode aparecer e desaparecer, viver, morrer ou sobreviver... Não sei se sou o Último, fizeram-me pensar se serei sequer Romântico... Por tudo isto me despeço hoje com uma carta e uma música, no dia em que acabei um dos gestos mais românticos da minha vida...
Até qualquer dia...

"Minha querida,

começo com a pergunta a que não sei responder: será que podemos não ser o homem da vida da mulher da nossa vida? Todos os dias que passam sinto mais falta tua... Não sei se é paixão, desejo ou possessão, sei que te quero. Se mais mulheres me excitam, talvez. Mas Amar? Esse sentimento com letra grande que me faz querer devorar-te, possuir-te, agarrar-te para nunca mais largar. Não, esse só contigo! O ciúme que sempre neguei ter, tive-o mas contra o tempo... Contra esse malvado ladrão que me impedia de estar contigo a todos os momentos, que me impedia de partilhar contigo os risos e os choros. Sim, porque agora que te perdi, arrependo-me de todos os momentos que não estava contigo, todos os minutos acordados mesmo que fosse para te ver dormir... Mas esse tempo acabou! Tenho de me conformar que o destino, que a Vida não nos quis juntos. Que achamos por bem não lutar para já contra esse desígnio... Mas não se consegue esquecer um sentimento. Pode-se esquecer pessoas, mas não um sentimento. Posso até tentar ignorar-te mas quando me falar, quando me escreves, os meus olhos sorriem, os meus ouvidos rejubilam, o meu coração dispara... Mas tudo está parado! Não te posso dizer isto, porque me dizes que já não somos quem eramos. Que não podemos fingir que não acabamos... E isso cansa-me por dentro! Faz-me sentir perdido, sem força. Um dia de cada vez! Assim tenho de viver... Haverão outras mulheres, talvez não haja outro Amor assim...

Beijo fofo"




All Good Things (Come To An End)
Nelly Furtado


Honestly what will become of me
don't like reality
It's way too clear to me
But really life is dandy
We are what we don't see
Missed everything daydreaming

[Chorus:]
Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end
Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end
come to an end come to an
Why do all good things come to end?
come to an end come to an
Why do all good things come to an end?

Traveling I only stop at exits
Wondering if I'll stay
Young and restless
Living this way I stress less
I want to pull away when the dream dies
The pain sets in and I don't cry
I only feel gravity and I wonder why

Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end
Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end
come to an end come to an
Why do all good things come to end?
come to an end come to an
Why do all good things come to an end?

Well the dogs were whistling a new tune
Barking at the new moon
Hoping it would come soon so that they could
Dogs were whistling a new tune
Barking at the new moon
Hoping it would come soon so that they could
Die die die die die

Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end
Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end
come to an end come to an
Why do all good things come to end?
come to an end come to an
Why do all good things come to an end?

Well the dogs were barking at a new moon
Whistling a new tune
Hoping it would come soon
And the sun was wondering if it should stay away for a day 'til the feeling went away
And the sky was falling on the clouds were dropping and
the rain forgot how to bring salvation
the dogs were barking at the new moon
Whistling a new tune
Hoping it would come soon so that they could die.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Pois...

O mundo será um lugar melhor no dia em que as mulheres perceberem que o romantismo não tem de ser um acto diário para ser verdadeiro! Quando se é romantico, não se aprende a deixar de ser...



Runaway
Del Shannon

As I walk along I wonder a-what went wrong
With our love, a love that was so strong
And as I still walk on, I think of the things we've done
Together, a-while our hearts were young

I'm a-walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me
To end this misery
And I wonder
I wa-wa-wa-wa-wonder
Why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, run-run-run-run-runaway

[Musitron solo]

I'm a-walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me
To end this misery
And I wonder
I wa-wa-wa-wa-wonder
Why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, run-run-run-run-runaway
A-run-run-run-run-runaway

segunda-feira, outubro 23, 2006

Tributo...

Hoje os meus pais fazem anos de casados: 27! Como vocês sabem por estes dias não ando muito partidário de relações, mas respeito estes compromissos longos. Mais do que os convénios e os papéis, acho fabuloso a partilha dos dias. A saudade de uma carícia, a falta de um abraço durante a noite, a lembrança de um gesto matinal... São estes os momentos que ficam nas minhas relações! Sim, tenho muito de carinho, porque são esses os sorrisos que mais recordo...



The Time of My Life
Bill Medley and Jennifer Warnes

Boy: Now I've had the time of my life
No I never felt like this before
Yes I swear it's the truth
and I owe it all to you

Girl: 'Cause I've had the time of my life
and I owe it all to you

Boy: I've been waiting for so long
Now I've finally found someone
To stand by me

Girl: We saw the writing on the wall
As we felt this magical fantasy

Both: Now with passion in our eyes
There's no way we could disguise it secretly
So we take each other's hand
'Cause we seem to understand the urgency

Boy: just remember

Girl: You're the one thing

Boy: I can't get enough of

Girl: So I'll tell you something

Both:This could be love because

(CHORUS)
Both: I've had the time of my life
No I never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
'Cause I've had the time of my life
And I've searched through every open door
'Til I found the truth
And I owe it all to you

Girl: With my body and soul
I want you more than you'll ever know

Boy: So we'll just let it go
Don't be afraid to lose control

Girl: Yes I know whats on your mind
When you say:
"Stay with me tonight."

Boy: Just remember
You're the one thing

Girl: I can't get enough of

Boy: So I'll tell you something

Both: This could be love because

(CHORUS)
Both: 'Cause I had the time of my life
No I've never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you
'Cause I've had the time of my life
And I've searched through every open door
Till I found the truth
and I owe it all to you

*Instrumental*

Boy: Now I've had the time of my life
No I never felt this way before

(Girl: Never Felt this way)

Boy: Yes I swear it's the truth
and I owe it all to you

Both: 'Cause I had the time of my life
And I've searched through every open door
Till I've found the truth
and I owe it all to you

Both: "cause I've had the time of my life
No I've never felt this way before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to you

sábado, outubro 21, 2006

Não adianta negar...

Sei por mim a pensar que mesmo não querendo relações, não é possivel tirar o romantismo de dentro de mim! Seja um olhar, uma recordação, uma saudade de algo... O último dos romanticos está cá sempre à espera de uma oportunidade para usar dos seus melhores atributos...



She's a lady
Tom Jones

Well, she's all you'd ever want
She's the kind I like to flaunt and take to dinner
But she always knows her place
She's got style, she's got grace--she's a winner
She's a lady
Oh, whoa, whoa, she's a lady
Talkin' about that little lady
And the lady is mine

Well, she's never in the way
Always something nice to say, and what a blessin'
I can leave her on her own
Knowin' she's OK alone and there's no messin'
She's a lady
Oh, whoa, whoa, she's a lady
Talkin' about that little lady
And the lady is mine

Well, she never asks very much
And I don't refuse her
Always treat her with respect
I never would abuse her
What she's got is hard to find
And I don't want to lose her
Help me build a mountain
From a little pile of clay, hey hey hey

Well, she knows what I'm about
She can take what I dish out, and that's not easy
But she knows me through and through
And she knows just what to do and how to please me
She's a lady
Oh, whoa, whoa, she's a lady
Talkin' about that little lady
And the lady is mine
Yeah, yeah, yeah, she's a lady
Oh, whoa, whoa, she's a lady
Talkin' about that little lady
And the lady is mine
(fade out)

quinta-feira, outubro 19, 2006

Eu e o amor...

Sim, talvez que seja escrevo do amor... Talvez quando amo me torno menos eu, me torne um ser apático. Mas não porque ame de menos, pelo contrário. É por amar muito que prefiro apagar-me, ou como diz a letra da música "the strong get weak"... Depois tramo-me! Se calhar não tenho feitio mesmo para namorar ou amar...



Slave to Love
Brian Ferry

Tell her I'll be waiting
In the usual place
With the tired and weary
There's no escape
To need a woman
You've got to know
How the strong get weak
And the rich get poor
You're running with me
Don't touch the ground
We're restless hearted
Not the chained and bound
The sky is burning
A sea of flame
Though your world is changing
I will be the same
The storm is breaking
Or so it seems
We're too young to reason
Too grown up to dream
Now spring is turning
Your face to mine
I can hear your laughter
I can see your smile
No I can't escape
I'm a slave to love