A.S.- Não escrevia neste blog há muito tempo porque queria que o meu post seguinte fosse um capítulo do livro que comecei a escrever. Mas eu tinha-me esquecido que escrever um livro não é assim tão fácil, por isso falarei de outra coisa.
Hoje vi o filme "Infiel"! É uma película que mexe com dois sentimentos muito ligados à relação: traição e ciúme.
Devo dizer que não sou ciumento, ou pelo menos não serei o suficiente para ser chamado assim. Confesso também que sou assim não por confiar cegamente, mas porque não confio totalmente na natureza humana. Já vi muita coisa para acreditar piamente em alguém. Acredito na pessoa mas também digo que: "Cada um é livre de fazer o que entende!". Bem sei que isto pode ser confundido com desinteresse ou com falta de romantismo mas é a protecção que tenho para não me desiludir com as pessoas.
Por outro lado, a traição é diferente. Dizia Otelo que preferia ser mil vezes traído sem saber do que desconfiar uma só vez! Como atrás afirmei, tal como não costumo ter ciúmes, não consigo perdoar traições. Não falo do aspecto físico, porque bem sei que por vezes é uma questão carnal, de satisfação do corpo, mas falo da perda de confiança, na mentira. Daria muito mais valor a uma pessoa que me dissesse: "Vou-te trair!", do que uma que me tentasse esconder ou suavizar uma traição com um: "Não significou nada para mim!".
Traí e apenas descobri que não o devia ter feito. Sem estar em causa os sentimentos ou pessoas envolvidas, errei porque teria sido 20 vezes mais homem se tivesse resistido ao corpo. Fui traído e apenas descobri que a confiança não mais é a mesma. Tenho pena mas acredito que se uma pessoa trai outra, irá trai-la outra vez. Porquê? Porque se saiu impune pensa que conseguirá safar-se todas as vezes; se foi descoberto e perdoado porque pensa que irá conseguir o perdão sempre que queira.
Bem sei que é difícil uma pessoa ser fiel, porque o Homem não é um ser monogâmico. É uma luta constante contra os nossos instintos naturais e básicos. Venha o primeiro que me diga que nunca sonhou com outra mulher ou homem. O grande objectivo é, mais do que ser fiel, ser leal. Ser leal tem mais a ver com princípios que com desejos. É conseguirmos não trair a confiança, o respeito de alguém.
Por tudo isto, procuro ser fiel mas tenho a certeza que serei sempre leal...
terça-feira, setembro 13, 2005
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5 comentários:
Quer namorar comigo :)) brincadeirinha... gostei do que vc falou, penso assim também.. a pior coisa é a perda de confiança.
EU ADOREI, só isso! Parabéns, seria bom demais de todos os homens pensassem e agissem assim...
Tambem adorei, Francisco (e desculpa a repetição dos elogios, já o fiz num outro post teu...), mas realmente é uma característica que admiro e vejo no meu "ideal" de homem!
Parabéns, querido! :)
para mim a questão é: por que teimam as pessoas em ir contra a sua natureza? Isso torna-nos mais responsáveis, mais humanos? Está provado cientificamente que os seres humanos, tal como a esmagadora maioria dos mamíferos, não são naturalmente monogâmicos, e mesmo as espécies que tradicionalmente têm um parceiro para a vida, não deixam de ter relações sexuais fora dessa relação.
Então porque é que a sociedade condena essa tendência? e por que é que é suposto nos apaixonarmos/amarmos apenas uma pessoa?
o sentimento de posse e o ciúme que assim o obrigam. A insegurança, o medo da perda...
e se conseguíssemos ultrapassar isso, e se fôssemos honestos connosco e com os outros, se definíssemos o que queremos dos outros e o que temos para dar?
estamos nessa vida para sermos felizes, não tem como ser feliz indo contra a própria natureza, não tem como ser feliz sendo manipulado por uma sociedade hipócrita. A maior lealdade que existe é a que temos para conosco mesmo, para com nossos desejos e sentimentos. O questionamento dessas convenções sociais, amplia possibilidades de sermos mais felizes verdadeiramente bem como vivermos o amor incondicional de sob as formas. Isso é que é viver uma vida com sentido.
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